Na primeira pessoa… Rita Maria Nunes, Country Manager da TAB Portugal

O que é para si a sustentabilidade?

Quando ouvimos falar em sustentabilidade, invariavelmente, o nosso consciente remete-nos para o conceito da sustentabilidade ambiental. Felizmente, e ao longo dos últimos anos, este tema passou a ser uma constante e, como tal, já temos hoje em Portugal um conjunto de importantes práticas conscientes que visam trabalhar esta temática.

Mas, para mim, falta falarmos de uma outra sustentabilidade. Uma sustentabilidade muito pouco falada, tantas vezes esquecida e que é de extrema importância. E que, do meu ponto de vista, deverá mesmo ser a base de tudo. Refiro-me à sustentabilidade económica e social.

Nas empresas, a sustentabilidade ambiental só é possível praticar e incutir de modo verdadeiro e orgânico se estiver associada também a estas vertentes. Do ponto de vista prático, não podemos pedir a um colaborador para poupar no uso do papel, por exemplo, se não promovemos praticas de igualdade de género ou aceitamos que pagar mal é algo permitido. Se os colaboradores não estiverem bem, felizes e com sentimento de pertença no ambiente laboral, jamais vamos ter uma verdadeira cultura de sustentabilidade.


Que medidas de sustentabilidade pratica no seu quotidiano?

Apesar dos carros elétricos não estarem diretamente associados à sustentabilidade devido à poluição da construção das baterias, na minha realidade pessoal passou por, desde 2017, optar por viaturas elétricas. Em 2020 abandonei mesmo os veículos a combustão. Não consigo, ainda hoje, lidar com o cheiro a combustível queimado nas avenidas de Lisboa. Era impraticável para mim ter carros tão poluentes do ambiente que me rodeia.

Em paralelo, todos os anos implemento uma nova prática e, atualmente, lá em casa não utilizamos produtos descartáveis de higiene pessoal como, por exemplo, discos desmaquilhantes, tampões ou pensos higiénicos. Fazemos, há muitos anos, reciclagem. Com frequência frascos viram vasos ou servem mesmo para guardar lápis de cor da minha filha.

Usamos eletrodomésticos mais eficientes energeticamente e este ano comprei uma máquina da roupa que tem um tanque doseador de detergente. Isso fez com que reduzisse em 2/3 o consumo de detergentes, por exemplo.

A parte que mais me preocupa é o desperdício alimentar e, lá em casa, estamos numa declarada guerra contra o desperdício de comida!


De que forma dissemina informação sobre sustentabilidade (ou hábitos comportamentais sobre) junto de familiares, amigos e colegas?

Acredito muito na liderança pelo exemplo. Lá em casa, principalmente com a minha filha, passa essencialmente por lhe mostrar como e porque fazemos as coisas em vezes de a simplesmente obrigarmos a fazer “porque sim”.

Nas minhas redes sociais tento também influenciar positivamente a minha comunidade nesse sentido, mostrando detalhes da minha vida pessoal e como, na prática, podemos ser, no sentido mais lato do termo, mais sustentáveis.


Qual o seu maior “defeito” (diga-se mau hábito) em termos de sustentabilidade (e que gostaria de corrigir)?

Ainda usamos muito papel na empresa. Os processos de trabalho que temos junto dos empresários implicam muita escrita manual, que sabemos estar ligada a processos de memorização direta ao inconsciente. Infelizmente, nem todos gostam de usar tablet com caneta de escrita, o que implica que temos ainda de fazer muitas impressões diárias no trabalho que desenvolvemos.

Contudo, e com esta estado de consciência, acreditamos que será possível, em parte significativa e ao longo do tempo, inverter este paradigma. Iremos continuar a fazer o que estiver ao nosso alcance nesse sentido.


A empresa onde trabalha tem uma política de sustentabilidade? Que tipo de medidas pratica?

É curioso que nunca tinha pensado neste detalhe. Não temos um A4 bonito com uma política de sustentabilidade. Temos sim uma cultura interna onde a sustentabilidade é, de facto, uma constante.

Tratamos, genuinamente, todos os nossos clientes com igualdade, integridade e confidencialidade. Desenvolvemos um ambiente de trabalho que promove a inclusão, a meritocracia e o desenvolvimento pessoal. Escolhemos fornecedores que sabemos que partilham os mesmos valores e forma de estar no mundo dos negócios. Trabalhamos muito o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional de todos, quer sejam clientes, colaboradores ou parceiros. Apoiamos a comunidade local com ações de suporte e desenvolvimento. E, acima de tudo, somos muito cuidadosos com o uso dos recursos energéticos, consumíveis e similares.

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