Na primeira pessoa… Carlos Sampaio, COO da Elergone
O que é para si a sustentabilidade?
Na minha perspetiva, o conceito de sustentabilidade está intimamente ligado à adequação entre o nosso padrão de consumo e o ritmo natural da regeneração dos recursos que consumimos. Julgo que é este equilíbrio difícil que permitirá a resolução, ou pelo menos a mitigação, de um conjunto de desafios civilizacionais que temos pela frente, desde a poluição, migrações, entre outros.
Que medidas de sustentabilidade pratica no seu quotidiano?
Mais importante do que debitar os grandes paradigmas e os grandes exemplos da sustentabilidade, acredito verdadeiramente que a diferença reside nos pequenos atos do nosso dia a dia e que têm depois um impacto enorme dentro da causa da sustentabilidade. Falo por exemplo do desperdício alimentar, praticar a separação do lixo, minimizar o consumo de água potável, apostar no conforto habitacional através de um bom isolamento térmico. Claro que fazer a troca para uma viatura elétrica ou a instalação de painéis fotovoltaicos também são exemplos diferenciadores. Mas é algo que acontece poucas vezes ao longo da nossa vida.
Em suma, procuro fazer escolhas e adotar comportamentos que minimizam a minha pegada no ambiente. Julgo que o nosso empenho não pode reduzir-se ao momento da compra do carro ou da casa. Tem de ser praticado, de forma reiterada e consistente, nas pequenas decisões do dia a dia, para conseguirmos verdadeiramente produzir impacto.
De que forma dissemina informação sobre sustentabilidade (ou hábitos comportamentais sobre) junto de familiares, amigos e colegas?
Acredito que a melhor forma de disseminar estas boas práticas é através do exemplo consistente e da discussão aberta e informada. Sinto que a forma mais eficiente de influenciar estes comportamentos é nas pequenas ações do quotidiano. A título de exemplo, trabalho no setor da energia, e procuro sempre discutir e partilhar a minha visão sobre o impacto das pequenas decisões que todos tomamos no nosso dia a dia, na forma como nos relacionamos com energia, seja na compra ou na posterior utilização dos nossos pertences (na casa, carro, produção fotovoltaica, storage, eletrodomésticos…). Tudo tem impacto e é importante termos consciência disso. Sendo muito concreto: algum de nós seleciona as horas para ligar a máquina de lavar a loiça em função da pegada de CO2? Ou selecionamos esse período em função do preço? E é este género de partilhas que gosto de fazer no meu dia a dia.
Qual o seu maior “defeito” (diga-se mau hábito) em termos de sustentabilidade (e que gostaria de corrigir)?
A sociedade em que vivemos proporciona-nos um conjunto de experiências que nem sempre são compatíveis com o conceito de sustentabilidade referido acima. Julgo que é desafiante encontrar um equilíbrio entre o padrão de conforto a que todos nos habituamos (seja em termos de viagens, compras, consumo) à tal regeneração de recursos naturais. Se em algumas das temáticas isso já é possível, noutras as soluções existentes estão longe de ser as ideais. Reconheço, ainda assim, que um dos meus “defeitos” é gostar muito de carne, uma vez que tenho consciência que esta é uma atividade com uma pegada carbónica elevada.
A empresa onde trabalha tem uma política de sustentabilidade? Que tipo de medidas pratica?
Na Elergone Energia, e fazendo jus àquele que é um dos nossos core business – a implementação de estratégias de sustentabilidade energética e económica das empresas – concretizamos uma série de ações que nos permitem ser praticamente autossuficientes durante grande parte dos dias do ano: dispomos de iluminação LED, que é controlada automaticamente; mais de 50% da nossa frota já é eletrificada; implementamos sistemas de climatização com base em bombas de calor; produzimos energia através de painéis fotovoltaicos, que é complementada com sistemas de storage, entre outros exemplos.
Em paralelo, e sendo uma empresa da sub-holding MC, apresenta já um longo caminho em matéria de políticas de sustentabilidade. Aliás, a MC está completamente empenhada em alcançar a neutralidade carbónica das suas operações nas próximas duas décadas, antecipando em 10 anos a meta da União Europeia (2050). Há, por isso, um plano complexo em prática para atingir este compromisso, que passa, entre outras iniciativas, pela eficiência de consumos, descarbonização da matriz energética dos edifícios muito alicerçada na aposta em produção fotovoltaica, na eletrificação da frota e da empresa e também dos clientes (como a iniciativa Continente Plug&Charge) e onde a Elergone Energia assume um papel de relevo na implementação e operação deste ecossistema.