Como reciclar o CO2 dos gases de combustão
Ao contrário do que acontece frequentemente em condições laboratoriais, o CO2 constitui apenas uma pequena parte da mistura gasosa dos gases de combustão ou da atmosfera. Para o extrair em condições realistas e reutilizá-lo como material valioso, os processos de catálise devem, portanto, funcionar também quando a concentração de CO2 é baixa.
Evitar as reações de concorrência
“O nosso problema são as reações de concorrência que ocorrem no catalisador”, explica Wolfgang Schuhmann. “Quanto menos moléculas de CO2 houver para converter, maior é a probabilidade de se produzir hidrogénio durante a catálise em vez do produto desejado.” Se ajustarmos o eletrólito e escolhermos uma solução mais alcalina para evitar isto, temos um problema diferente: o CO2 é convertido em carbonato e deixa de estar disponível para as reações desejadas.
Já foram descritos processos catalíticos bem-sucedidos para a redução de CO2 até um teor de dióxido de carbono de 10 a 20 por cento. Mas e se o teor for ainda mais baixo? “Utilizando um catalisador superativo à base de níquel-cobre, conseguimos catalisar com sucesso a redução até um teor de CO2 de 5%”, afirma Adib Mahbub, o primeiro autor da publicação. Abaixo deste nível, os investigadores tiveram de recorrer ao seu saco de truques: Ajustando os potenciais elétricos e o eletrólito, foi possível realizar a redução a partir de uma mistura gasosa com apenas dois por cento de CO2. “Embora isto signifique uma perda de energia, o controlo inteligente do processo permite-nos aceder, pela primeira vez, a fontes que anteriormente não podíamos utilizar para a redução de CO2”, afirma Wolfgang Schuhmann. “As gerações futuras terão de se basear nestes conceitos se quiserem extrair CO2 da atmosfera, onde o teor de CO2 é ainda mais baixo.