Ação Climática: os 5 benefícios

Com novos planos climáticos, os países podem impulsionar o crescimento e combater a pobreza, dizem os especialistas.

“Quando falamos de alterações climáticas, normalmente falamos do que podemos perder à medida que o planeta aquece”, afirma Martin Krause, Diretor da Divisão de Alterações Climáticas do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA). “Mas precisamos de falar mais sobre os ganhos que alteram a sociedade e que poderíamos obter ao lidar com as alterações climáticas.”

Tendo isso em mente, eis alguns dos maiores benefícios da ação climática, de acordo com os especialistas da ONU. 

A ação climática pode:

1. Criar empregos e gerar oportunidades de investimento

A transição para a energia limpa tem sido considerada uma das maiores oportunidades de negócio desde a Revolução Industrial. Só em 2024, os investimentos em projectos de energia respeitadores do clima atingiram 2,1 mil milhões de dólares, de acordo com a Bloomberg, e ainda têm espaço para crescer. Entretanto, atingir emissões líquidas nulas de gases com efeito de estufa até 2050 poderia aumentar o produto interno bruto global em 7%, segundo o Fundo Monetário Internacional, e criar 14 milhões de empregos no setor das energias limpas, segundo a Agência Internacional da Energia. 

2. Salvar vidas e melhorar a saúde humana 

Os fenómenos meteorológicos extremos, que estão a ser potenciados pelas alterações climáticas, causaram mais de 2 milhões de mortes e perdas económicas de 4,3 mil milhões de dólares nos últimos 50 anos. O abrandamento do aquecimento global e a adaptação aos impactos das alterações climáticas reduziriam este fardo crescente. Na verdade, poderia evitar cerca de 14,5 milhões de mortes e 12,5 biliões de dólares em perdas económicas, segundo o Fórum Económico Mundial.

3.Pode poupar dinheiro às pessoas

Todos os anos, os consumidores e as empresas desperdiçam quantidades impressionantes de energia. Isso não só lhes custa dinheiro, como também contribui desnecessariamente para as alterações climáticas.

De acordo com a Agência Internacional da Energia, as medidas de eficiência energética poderiam poupar às famílias, a nível mundial, 201 mil milhões de dólares em eletricidade e gás até 2040. 

Acelerar a transição para as energias renováveis também ajuda os países a economizar. Os custos das energias renováveis, como a eólica e a solar, são frequentemente inferiores aos das alternativas alimentadas por combustíveis fósseis. 

4.Protege a natureza e a biodiversidade

A humanidade depende da natureza e da biodiversidade para tudo: desde alimentos e água até ar respirável e materiais de construção. De acordo com o Fórum Económico Mundial, mais de metade do produto interno bruto mundial depende, de facto, moderada ou fortemente da natureza.

Mas as alterações climáticas e a perda da natureza estão indissociavelmente ligadas. A conversão da natureza, como a desflorestação, é responsável por uma grande parte das emissões de gases com efeito de estufa, ao passo que as alterações climáticas conduzem a fenómenos como os incêndios florestais e a desertificação, que destroem a natureza.

A gestão sustentável e a recuperação dos ecossistemas é uma solução importante para a crise climática. De acordo com o Emissions Gap Report 2024 do PNUA, a redução da desflorestação, o aumento da reflorestação e a melhoria da gestão florestal poderiam, por si só, permitir cerca de 20% das reduções necessárias até 2030 para cumprir os objetivos do Acordo de Paris. Entretanto, a recuperação de 15% das terras degradadas e a suspensão da conversão poderiam evitar até 60% das extinções de espécies previstas. 

5.Reforça a segurança nacional  

As alterações climáticas são um multiplicador de ameaças às preocupações de segurança, aumentando os conflitos em torno de recursos escassos, como a água e a terra, e impulsionando a migração forçada. Prevê-se que, até 2050, pelo menos 25 milhões de pessoas migrem em consequência das alterações climáticas. A adoção de medidas para reduzir as emissões e reforçar a resiliência criará melhores condições para a paz e reduzirá a migração forçada – aliviando as pressões sobre as fronteiras e os orçamentos – ao proteger os recursos naturais.

Além disso, os países que investem em energias renováveis e na eficiência energética tornam-se menos vulneráveis à volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis, reduzindo as importações. 

A solução setorial para a crise climática    

O PNUA está na vanguarda do apoio ao objetivo do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global bem abaixo dos 2°C, e de visar 1,5°C, em comparação com os níveis pré-industriais. Para tal, o PNUA desenvolveu a Solução Setorial, um roteiro para reduzir as emissões em todos os sectores, em conformidade com os compromissos assumidos no Acordo de Paris e na prossecução da estabilidade climática. Os seis sectores identificados são: energia; indústria; agricultura e alimentação; florestas e utilização dos solos; transportes; e edifícios e cidades.   

Este texto é uma parceria com o Sustentix – https://sustentix.sapo.pt/

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