As florestas da China estão a absorver carbono – mas por quanto tempo?
As florestas naturais da China desempenham um papel crucial na absorção do dióxido de carbono e no combate às alterações climáticas. Mas quanto mais carbono podem armazenar? Um novo estudo publicado na revista Forest Ecosystems fornece uma estimativa detalhada, revelando que, embora as florestas naturais da China continuem a capturar carbono, a sua capacidade de o fazer está a abrandar.
Para estimar o futuro sequestro de carbono, a equipa de investigação combinou dados de satélite de várias fontes com inquéritos florestais no terreno. Utilizando dados sobre a biomassa e a idade da floresta, desenvolveram modelos para prever a quantidade de carbono acima do solo que as florestas naturais da China poderiam armazenar em condições ótimas.
Ao contrário de estudos anteriores que se basearam em estimativas de grande escala, este estudo mapeou o armazenamento de carbono com uma resolução de 0,1°, revelando diferenças regionais significativas. Espera-se que a zona de floresta de folha larga decídua temperada quente, que contém maioritariamente florestas jovens, registe o maior aumento na armazenagem de carbono – um aumento de 26,36% até 2060. Em contrapartida, as florestas alpinas do planalto de Qinghai-Tibete, que são maioritariamente maduras, registarão apenas um aumento de 0,74%.
“Descobrimos que as florestas em diferentes fases de crescimento têm um potencial de armazenamento de carbono muito diferente”, disse Qinghua Guo, o autor correspondente. “As florestas mais jovens ainda têm espaço para crescer, enquanto as mais antigas estão a atingir o seu limite”.
A China tem investido fortemente na proteção das florestas naturais e na reflorestação, mas este estudo sugere que o simples aumento da área florestal não é suficiente. Com o abrandamento do sequestro, a chave será proteger as florestas antigas e, ao mesmo tempo, garantir que as florestas mais jovens prosperem. As alterações climáticas, os incêndios florestais e as secas poderão afetar ainda mais o armazenamento de carbono nas florestas, tornando essencial a monitorização a longo prazo.
Esta investigação foi apoiada pelo Programa Nacional de Investigação e Desenvolvimento da China (Subvenção n.º 2022YFF1300203) e pela Fundação Nacional de Ciências Naturais da China (Subvenção n.º 42371329).
